Intercâmbio para casal: você já pensou sobre essa possibilidade?
Fazer intercâmbio é uma experiência muito enriquecedora. Por meio dela é possível conhecer novas culturas, pessoas de diversas nacionalidades, lugares incríveis e aprender novas línguas.
Agora, imagina só poder dividir esse momento com seu parceiro ou parceria. Isso é possível, sim! Nesse caso, a saudade dá lugar ao aprendizado em conjunto numa aventura que pode até mesmo sair mais barata do que uma viagem turística.
Você já pensou nessa possibilidade? Continue lendo este post para descobrir o que é o intercâmbio para casal, como fazer, as vantagens e desvantagens.
Você também vai conhecer a história da Raquel e do Bruno, que partiram para essa jornada em Melbourne, na Austrália, como namorados, hoje são casados e seguem felizes no intercâmbio, aprendendo coisas novas a cada dia e se desenvolvendo juntos.
O que é intercâmbio para casal?
Como o próprio nome diz, o intercâmbio em casal é voltado para pessoas que, junto ao seu par, querem passar um período em um outro país. Os motivos podem ser vários: estudar, trabalhar, aprender uma nova língua. Mas a principal característica dessa jornada a dois é compartilhar novas experiências. A duração fica a critério dos intercambistas, podendo variar conforme a disponibilidade, a vontade e, é claro, o orçamento do casal.
A Raquel e o Bruno são de Salvador e já namoravam fazia algum tempo quando decidiram, durante uma greve na universidade do Bruno, aproveitar a deixa para ir para a Austrália estudar inglês por seis meses. A Raquel já tinha vontade de fazer intercâmbio mas não queria partir sozinha para essa experiência em um país desconhecido, e o Bruno já simpatizava com a Austrália e queria melhorar o inglês. Com o apoio das famílias, o jovem casal partiu então para Melbourne em 2017, e o que era pra ser um intercâmbio de seis meses se transformou em uma jornada que já vai completar dois anos, cheia de desafios, aventuras e aprendizado.
Quais são as vantagens desse tipo de intercâmbio?
Divisão de custos
Lembra do que falamos sobre compartilhar experiências? Pois também é possível compartilhar as despesas. Isso mesmo! Essa é uma modalidade de intercâmbio em que se pode gastar menos, já que custos como aluguel, compras no mercado, contas em geral e outros gastos são divididos.
Além disso, esse tipo de viagem é ideal para fazer aquele curso de idiomas, curso técnico, graduação ou pós-graduação que há tempos vocês pensam em fazer. Com isso, é possível unir os gastos essenciais (como moradia e alimentação) a uma viagem e ainda, um curso que vai valorizar o currículo dos dois.
O Bruno e a Raquel tinham como principal objetivo no intercâmbio aprender inglês. Por isso partiram para a Austrália cada um no seu visto de estudos e os dois estudaram inglês por seis meses. Na hora de renovar o visto, optaram por um visto único, em que um é o estudante e o outro é dependente. A Raquel então quis fazer um curso técnico de cuidado de idosos, área de bastante demanda na Austrália, e o Bruno como dependente não teve mais que estudar e passou a apenas trabalhar.
Mais tempo juntos
Sabe aquela saudade que bate durante um intercâmbio individual? Nesse caso, ela passa longe. Você pode até sentir falta da família e dos amigos de longa data, mas essa pode ser uma ótima oportunidade para o casal ficar mais próximo e fortalecer a relação.
Esse tipo de viagem permite que vocês compartilhem várias experiências pertinho um do outro. Dessa maneira é possível estreitar os laços e aproveitar momentos únicos em lugares incríveis, tudo isso juntos.
Segundo a Raquel e o Bruno, mesmo antes de fazer o intercâmbio os dois já passavam muito tempo juntos. E em Melbourne essa proximidade só aumentou. Os dois conheceram novos amigos e sempre fizeram programas de lazer em conjunto. “Ele é o meu melhor amigo e a gente é muito aberto a fazer novas amizades. Gostamos muito de sair e aproveitar o nosso tempo, sempre juntos”.
Apoio mútuo
Intercâmbio envolve adaptação, superação e aprendizado. E passar por essas etapas com quem a gente ama do nosso lado pode tornar tudo menos complicado, já que você tem quem te apoie, seja nas situações rotineiras ou nas mais difíceis.
Uma ida a um ponto turístico pode ser mais divertida com quem a gente gosta do nosso lado. Até mesmo cozinhar pratos novos pode ser uma atividade interessante num intercâmbio em casal. E quando bate aquela insegurança na utilização da nova língua? Em todos esses casos, ter o parceiro por perto pode fazer toda a diferença.
A Raquel conta que logo no começo do intercâmbio teve que ir a um hospital e que o inglês dela ainda não estava muito bom. Além de ter tido o Bruno o tempo todo do lado dela num monento em que estava fragilizada, foi ele quem tomou a frente para resolver os trâmites no hospital, já que tinha mais confiança para se comunicar. Além disso os dois sempre deram suporte um ao outro nos momentos de dificuldades.
E as desvantagens de um intercâmbio em casal?
Lugar para morar
Um intercâmbio a dois também tem suas desvantagens. A principal delas pode ser encontrar um local privado para morar. Muitas famílias nativas que oferecem quartos para intercambistas não aceitam casais. Além disso, os próprios casais costumam querer um lugar privado para ficar. Porém, é aí que está o problema.
Imóveis inteiros e para curtos períodos de tempo costumam ser caros. Por isso, muitas vezes é necessário buscar um grupo de pessoas para dividir a casa ou o apartamento. Essa é uma maneira de economizar, mas o casal acaba perdendo um pouco da privacidade.
O Bruno e a Raquel optaram por no começo do intercâmbio dividir apartamento com outros estudantes para economizar no aluguel. Eles tinham o próprio quarto com banheiro, mas os espaços comuns da casa, como sala e cozinha, eram compartilhados. Segundo a Raquel, “o importante quando você divide casa com estranhos, é um respeitar o espaço do outro”. “A gente deu sorte porque conviveu com pessoas legais. Então foi tranquilo.”, completa Bruno.
Só depois de resolverem se casar – com direito a celebração na Austrália e no Brasil – foi que o casal optou por alugar um apartamento só pra eles. Raquel conta que “Nessa época já estávamos mais estabilizado financeiramente em Melbourne e optamos por deixar de gastar com saídas e passeios para ter o nosso cantinho. Na prática já éramos casados porque morávamos juntos e dividíamos as contas, mas quando você assina o papel e coloca a aliança no dedo, dá vontade de ter um lar que seja só de vocês dois”.
Segundo o casal, eles deram um pouco de sorte na hora de conseguir alugar um apartamento só para eles. A locatária teve que sair do local com urgência e eles deram entrada na documentação rapidamente e foram aceitos, o que pode não ser tão fácil já que geralmente as imobiliárias analisam se você tem histórico de aluguel na cidade e uma renda que seja suficiente para arcar com os custos do aluguel.
Prática do idioma
Em um intercâmbio, ter alguém ao seu lado que fala sua língua nativa pode dar uma sensação de alívio, concorda? Mas esse também pode ser um fator limitador no intercâmbios em casal.
Não é raro que uma pessoa tenha mais facilidade no idioma do que a outra e, com isso, acabe assumindo a função de “comunicadora”. E aí, em qualquer necessidade que apareça, apenas um vai praticar a língua.
“O Bruno chegou em Melbourne mais confiante do que eu para se comunicar. Por isso eu sempre preferia que ele tomasse a frente na hora de fazer compras ou falar com qualquer pessoa na rua. Isso não é bom, eu não recomendo”, conta Raquel. E completa: “Mas chegou uma hora que ele parou de fazer as coisas por mim e me encorajou. Ele falava: vai lá e fala. Você tem que perder o medo e se comunicar também. E isso foi muito importante pra mim”.
Também existe a possibilidade de o casal “se fechar” e não criar amizades, seja com nativos, seja com pessoas de outras nacionalidades. Por isso, é preciso que os dois fiquem atentos para não perder oportunidades.
A Raquel diz que ela e o Bruno são muito abertos e novas amizades e não se fecham, mas lembra que há uma tendência dos brasileiros de fazer amizades com outros brasileiros “porque a gente se sente mais confortável pra conversar com pessoas que falam a mesma língua e que tem a mesma cultura que a nossa”, ela ressalta. Mas ela também diz que na escola você acaba fazendo amizades com colegas de outras nacionalidades, e com eles você se comunica em inglês.
O intercâmbio em casal pode ser a solução certa para pessoas que querem novas experiências acompanhadas de quem amam. Mas dar atenção a essas vantagens e desvantagens é o primeiro passo para tomar a decisão dessa que pode ser a maior aventura da vida de ambos.
Como funciona o intercâmbio em casal em cada destino oferecido pela WEST 1
Austrália
A Austrália é um dos melhores destinos para quem quer fazer intercâmbio em casal, já que oferece diferentes possibilidades de visto e permissão de trabalho para estudantes e dependentes.
Casais de namorados geralmente optam por cada um tirar o visto de estudos indivdualmente, já que para o casal embarcar para o país em um só visto em que um é estudante e o outro é dependente, é preciso comprovar que os dois são casados ou que tem união estável de pelo menos um ano (através de conta conjunta, comprovante de residência no mesmo endereço, fotos do casal junto nas redes sociais, entre outras coisas).
Outro aspecto a ser levado em consideração na hora de escolher estar em um mesmo visto ou em vistos separados, é que quando o vistode estudos é um só, o dependente pode estudar no máximo por 12 semanas. Caso os dois queiram estudar por mais tempo doque isso, os vistos devem ser individuais.
Segundo a Raquel, ela e o Bruno queriam fazer seis meses de inglês, num primeiro momento do intercâmbio deles, e como eram apenas namorados e não tinham como comprovar união estável, a melhor opção para eles naquele momento era cada um tero seu próprio visto de estudos. “Só quando a gente resolveu renovar o nosso visto, achamos que a melhor opção seria mudarmos para um visto só em que um de nós fosse o estudante e outro o dependente, pois essa seria uma forma de economizar”, diz Bruno. Foi aí então que a Raquel passou a ser a aplicante principal do visto, optando por fazer um curso técnico de cuidado de idodos, e o Bruno passou a ser dependente, e não teve mais a obrigação de estudar, focando então no trabalho.
Quando o casal opta por um visto só para os dois, há mesmo a possibilidade de economia, já que só se paga pelo curso de uma pessoa, e os dois, estudante e dependente, recebem a permissão de trabalhar até 40 horas quinzenais no país.
Em casos de o estudante cursar um mestrado ou doutorado, a situação fica ainda melhor para o dependente, que tem a permissão de trabalhar não apenas meio período, mas em tempo integral, o que pode ajudar bastante na renda do casal. E também é permitido ao aplicante principal do visto, o estudante, trabalhar em tempo integral nas férias escolares.
Mas o custo a mais que o casal vai ter quando opta por um visto só é um valor mais alto no OSHC (Overseas Student Health Cover), o seguro saúde governamental obrigatório para estudantes internacionais na Austrália, que para casais e famílias acaba saindo bem mais caro do que para estudantes que optam por um visto individual.
É importante lembrar que os casais só tem a possibilidade de visto de estudos individuais ou coletivos e consequentemente a permissão de trabalho no país, se forem estudar mais de 12 semanas na Austrália. Para quem vai fazer um intercâmbio de até 12 semanas só é concedido o visto de turismo que não oferece permissão de trabalho ao estudante.
Canadá
O Canadá é o destino preferido de intercâmbio entre os brasileiros pela qualidade de vida e proximidade com o nosso país. Lá também é possível que casais vivam juntos a experiência de estudar, morar e, em alguns casos, até trabalhar no segundo maior país do mundo.
Por ser um destino muito popular para programas de intercâmbio mais curtos, de um mês de duração, que geralmente as pessoas fazem nas férias escolares ou de trabalho, quando os casais optam por ir pra lá estudar inglês ou francês, eles podem ir cada um com seu visto de turista. Esse visto não possibilita que o casal trabalhe no país.
Mesmo para estudantes que vão fazer um curso de línguas mais longo, o departamento de imigração do Canadá não oferece a permissão de trabalho para quem vai estudar inglês ou francês no país e nem a possibilidade de esse estudante ter dependentes no visto.
Já para estudantes que vão cursar um curso profissionalizante no programa Co-Op, em que as instituições autorizadas pelo governo oferecem estágio aos estudantes, é permitido que esses estudantes, além de trabalhar 20 horas semanais nesse estágio, que pode ser remunerado ou não, trabalhem mais 20 horas semanais em qualquer outro trabalho que quiserem. Mas essa opção de curso também não permite que o estudante tenha dependentes no visto. Nesse caso então, se essa for a opção do casal, cada um deve ter seu visto de estudos, ou um vai como estudante e outro como turista.
No caso de uma das pessoas do casal ir para o Canadá fazer um curso de ensino superior, seja graduação, pós-graduação, mestrado ou doutorado, essa pessoa não só tem a permissão de trabalho de 20horas por semana, como tem o direito de levar um dependente maior de idade, o cônjuge, que vai ter a permissão de trabalhar em tempo integral no país. E se o casal tiver filhos, as crianças menores de idade também podem ir como dependentes no visto, e ainda vão ter direiro a escola de ensino regular gratuita.
Nova Zelândia
Para a Nova Zelândia, as regras para intercâmbio em casal são um pouco parecidas com as do Canadá. Estudantes que vão fazer curso de línguas não tem direito a ter dependentes no visto, mas diferente do país da América do Norte, na Nova Zelândia os estudantes de inglês que vão cursar 14 semanas ou mais de curso, tem permissão de trabalho no país, de 20 horas por semana. Por isso, casais que querem estudar inglês vão cada um com seu visto de estudos individual para assim os dois poderem estudar e trabalhar lá.
Para cursos técnicos também não é permitido que estudantes tenham dependentes no visto. Mas com relação à permissão de trabalho no país, quem faz um curso técnico de nível Certificado pode trabalhar até 20 horas por semana, tanto durante as aulas quanto nas férias escolares. Já quem faz um curso técnico de nível Diploma, pode trabalhar em tempo integral durante as férias escolares.
A mesma regra de quem faz um curso técnico nível Diploma serve para quem faz Graduação ou Pós-graduação, É possível trabalhar em tempo integral nas férias escolares mas não é possível ter dependentes no visto. Nesses casos, se o casal quiser ir junto e apenas um dos dois estudar, um vai no visto de estudos e o outro vain um visto de turismo que vai ter duração equivalente ao visto do cônjuge estudante, mas quem for no visto de tirista não pode trabalhar no país.
Só tem direito a ter dependentes no visto, os estudantes que vão fazer mestrado ou Doutorado na Nova Zelândia. Nesse caso, tanto o estudante quanto o dependente maior de idade, o cônjuge, podem trabalhar em tempo integral. E é essa permissão de trabalho do cônjuge que vai dar o direito de os filhos menores de idade do casal serem dependentes no visto e terem direito a escola de ensino regular gratuita no país.
Irlanda
Quem vai com visto de estudos para a Irlanda, independentemente do curso que for fazer, não pode ter dependentes no visto.
Quando um casal quer fazer intercâmbio na Irlanda, cada um tem que ter seu próprio visto de estudos e pagar por um curso que vai determinar o período do visto e se esse estudante vai ter ou não permissão de trabalho no país.
Para trabalhar na Irlanda, é preciso que o estudante contrate um curso de inglês de 25 semanas, que vai dar a ele o direito de ficar oito meses no país e trabalhar até 20horas por semana, exceto nos meses de junho a setembro, quando o estudante pode trabalhar em período integral, e de 15 de dezembro a 15 de janeiro, quando o estudante também pode trabalhar 40 horas semanais.
Esse visto de estudos de oito meses para quem cursa inglês no país pode seer renovado por duas vezes, dando a possibilidade de o estudante ficar até dois anos na Irlanda estudando inglês.
Depois disso, se a pessoa quiser continuar como estudante e trabalhando no país, tem que partir para um curso de Ensino Superior, já que cursos de ensino técnico não dão permissão de trabalho para estudantes brasileiros na Irlanda.
O visto de estudos para um curso de Ensino Superior na Irlanda tem validade de um ano e pode ser renovado por quatro vezes, completando um período de até cinco anos. Nesse caso as regras de trabalho são as mesmas que para estudantes de inglês.
A vantagem de fazer intercâmbio em casal na Irlanda, apesar de cada um ter que ter seu próprio visto e fazer seu próprio curso, é que em dois é possível gastar menos com aluguel e compras de supermercado por exemplo, já que tudo vai ser dividido.
E além disso a experiência do intercâmbio a dois pode ser de muito aprendizado e crescimento para o casal e para o relacionamento.
Quer saber mais sobre a experiência do intercâmbio em casal? Confira o vídeo da WEST 1 TV com a Raquel e o Bruno, estudantes WEST 1 que estão em Melbourne.
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1 Comentário
Boa noite.
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