8 dicas para aprender inglês no intercâmbio
Assim como grande parte dos brasileiros, eu vim para a Austrália com o propósito de aprender inglês no intercâmbio. Acreditando nas pesquisas que fiz, decidi me jogar de cabeça em outra cultura para aprender tudo que não aprendi nas aulas de inglês da escola ou no cursinho particular que eu achava perda de tempo.
E como eu já estou aqui há algum tempo passando por esse processo de aprendizado, resolvi preparar algumas dicas para você abrir sua mente e vir para a Austrália ou qualquer outro país, com uma boa ideia do que virá pela frente. E já aviso de antemão que o começo vai ser um pouquinho assustador, mas dependendo do seu esforço, você vai estar falando inglês muito antes do que imagina.
1 – Pensamentos positivos durante o aprendizado
É importante deixar claro que nenhuma pessoa é igual à outra e que por isso, algumas aprenderão mais rápido e outras, um pouco mais devagar. Não existe uma regra para aprender inglês no intercâmbio. Minhas dicas são baseadas no meu intercâmbio e na minha determinação. Cada pessoa tem objetivos e atitudes diferentes. O importante é ter sempre em mente que o inglês é a sua segunda língua e que você está fazendo um esforço gigante ao passar pelo intercâmbio e para aprender essa língua. Então, não se sinta mal se não conseguir falar alguma palavra. Não tenha medo nem vergonha. Se sinta vitorioso por estar onde você está e mergulhe de cabeça.
2 – A primeira semana será uma dor de cabeça, mas não se assuste
Lembro como se fosse ontem da minha primeira semana na escola. Ela foi um pesadelo. Eu entendia 20% o professor e me comunicava talvez 12%. Minha cabeça doía a todo momento e na primeira vez que liguei para a minha mãe, comecei a chorar dizendo que achava que não iria conseguir. Fiz amizade com meu colega de acomodação do Japão e ele tinha um amigo australiano. Meu inglês era terrível e eu sei que muita gente riu de mim, mas eu não tive medo. Não tinha vergonha de falar errado, me comunicava com meu vocabulário precário. Falar português era um alívio, mas eu não conhecia muitos brasileiros, então tinha que me virar para comprar comida, me locomover e contar meu dia para a família na casa onde estava hospedada. Foi difícil, mas eu sobrevivi.
3 – No primeiro mês você já verá seu progresso e vai se sentir muito bem
Após o primeiro mês, aquele medo e dor de cabeça já não existiam mais. A gramática já estava melhor e o segredo então era praticar, ampliar o vocabulário e “try my best to speak in English”. Mas sem muita expectativa, já que com um mês eu ainda estava engatinhando e tentando ficar de pé a cada oportunidade. Cada frase colocada de forma correta me fazia vibrar por dentro, mas eu ainda tinha que traduzir do português para o inglês na minha cabeça, o que comprovava que meu objetivo ainda estava um pouco distante de ser alcançado.
4 – No terceiro mês é possível que você sonhe com alguma coisa em inglês
Como esquecer o primeiro sonho em inglês? Você com certeza vai lembrar e vai acordar assustado. No meu primeiro sonho em uma língua que não era português, meu avô falava comigo em inglês. Bizarro, não é? Mas isso é porque meu cérebro já estava se acostumando com o inglês a todo momento, meus pensamentos já estavam mudando e em alguns casos traduções já não eram mais necessárias. Eu já conseguia das alguns passos sozinha e sem erros.
5 – No quarto mês você terá dificuldade de lembrar como são algumas palavras em português
Você vai ver que engraçado é quando você percebe que palavras da sua rotina no intercâmbio como job, laundry, lunch, dinner, school, shift, busy, cleaner e tantas outras, estarão enraizadas no seu cérebro. Notei isso quando estava falando com minha mãe e disse que o restaurante estava busy. Ela olhou pra mim, fez uma careta e perguntou: “O que é busy, filha? Você sabe que eu não falo inglês”. E lá foi meu cérebro buscar as palavras em português para achar a melhor tradução para busy nesse contexto. Assim serão as suas conversas com os amigos brasileiros durante o intercâmbio: uma mistura de idiomas.
6 – No sexto mês você estará mais confiante, mas querendo aprender mais
O sexto mês de intercâmbio é um período legal para você ver o quanto progrediu. Se olhar para trás, é possível se assustar e se questionar sobre como foi possível um progresso tão grande. E normalmente é após esse período que você vai notar que quer mais, que quer muito mais vocabulário e muito mais entendimento sobre essa língua nova.
7 – No primeiro ano você saberá se virar, saberá se corrigir e as músicas em inglês te farão rir
Talvez venha antes do primeiro ano, mas um dia você vai ouvir uma música que você adorava quando era adolescente e entender toda a letra sem usar o google tradutor, e vai notar que na verdade aquela música trata de coisas que não tem nada a ver com o que você entendia. Você vai rir! E nesse momento você vai saber que pode caminhar sozinho, que o entendimento será cada vez maior, assim como o vocabulário e a gramática, que mesmo com alguns erros, será muito boa.
8 – Você continuará se aperfeiçoando no decorrer da sua caminhada
Estou há quase 3 anos na Austrália e não tenho vergonha de dizer que continuo aprendendo inglês todos os dias. Mas agora de uma forma um pouco diferente. Aprendo novas palavras necessárias para o meu trabalho, corrijo a pronúncia de outras e ainda tenho dúvidas no past participle. Mas o mais importante é que sigo sem vergonha de errar. Inglês é minha segunda língua e eu cheguei longe, assim como você chegará no seu intercâmbio.
Essas foram as minhas 8 dicas para você que procura aprender inglês no intercâmbio, mas uma coisa que posso afirmar sem medo é que evolução no idioma depende mais de você do que da escola, da cidade ou do país que você escolha para viver esse sonho. Boa sorte e vem com tudo para esse intercâmbio! O inglês já é seu.
Para fechar dá uma olhada nesse video incrível da WEST 1 TV 😉
Autora
Ana Paula Maciel Ribeiro
Jornalista brasileira apaixonada pela língua inglesa, fazendo intercâmbio na Austrália há um pouco mais 2 anos. Morou, por dois anos, em Perth, WA até que decidiu se aventurar na pequena ilha chamada Tasmânia. Além de estudar e trabalhar como garçonete, registra nas horas vagas pensamentos que surgem a partir de momentos e conversas no blog https://doladodecadomundo.wordpress.com/ com o intuito de mostrar que o Brasil e a Austrália têm mais em comum do que se imagina.
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