Anos Letivos: As diferenças na educação básica no Brasil e na Austrália
Com algumas das melhores instituições de ensino do mundo, muitos estudantes buscam na terra dos cangurus a oportunidade de fazer um intercâmbio, um curso superior ou experimentar um pouco da cultura e do delicioso modo de vida australiano. Com uma qualidade de ensino impecável e várias universidades entre as melhores do mundo, a educação na Austrália tem destaque no cenário internacional.
Outro ponto que merece destaque é que o país busca oferecer uma educação igualitária, sem grande discrepância de oportunidades para as diferentes classes sociais. Entretanto, na hora de serem admitidos em uma faculdade, as diferenças na grade curricular da educação básica do Brasil e da Austrália exigem do estudante atenção em relação ao número de anos letivos cursados no Brasil.
Para você entender melhor essa relação, preparamos um post especial sobre o sistema de educação na Austrália. Acompanhe!
Ensino básico na Austrália
O ensino fundamental é similar por todo território australiano, contudo, alguns estados possuem algumas particularidades. Obrigatória dos 6 até aproximadamente os 17 anos de idade, a educação básica tem duração de cerca de 12 anos e é dividida da seguinte forma:
- Primary School – Tem duração de sete a oito anos. Do Jardim de Infância (preparatório) ao 6º ou 7º ano (dependendo da região);
- Secundary School – Tem duração de três a quatro anos. Do 7º ou 8º ano até o 10º ano (dependendo da região);
- Sênior Secundary School – Dura cerca de dois anos, o 11º e 12º ano.
Ensino básico no Brasil
No Brasil, entretanto, o 9º ano foi inserido apenas em 2006, através de um projeto de lei que introduziu a pré-escola, que era parte da Educação Infantil, no Ensino Fundamental, passando a considerá-lo como o primeiro ano. Desta forma, a educação básica passou a funcionar da seguinte forma:
- Educação Infantil – Muitas das nossas crianças começam a frequentar a escola antes dos 6 anos de idade. Nessa fase, o principal objetivo é o desenvolvimento motor e intelectual, estimulado a partir de certas atividades lúdicas e brincadeiras;
- Ensino Fundamental: 1º ciclo – Formado por cinco anos iniciais de estudo direcionados para alunos de 6 a 10 anos de idade; 2º Ciclo – Formado por quatro anos de estudos direcionados aos alunos de 11 a 14 anos de idade;
- Ensino Médio – Formado por três anos para alunos de 15 a 17 anos.
Veja o que isso muda para os estudantes
A divergência no sistema de educação tradicional brasileiro até 2006 pode alterar um pouco os planos dos estudantes, pois o setor de admissão das universidades australianas exige, como um dos principais pré-requisitos para entrada, que os alunos tenham concluído os 12 anos de ensino básico.
Assim, se você terminou o ensino médio antes de 2006 e pretende ingressar em uma universidade australiana, você precisa ter cumprido um dos requisitos abaixo:
1º – Ter concluído pelo menos o primeiro ano do ensino superior;
2º – Ter cursado no mínimo um ano de curso técnico, no Brasil ou na Austrália;
3º – Cursar o “Foundation Studies Program”, um programa que oferece aos estudantes internacionais a oportunidade de preparar-se através de um ano pré-universitário.
Foundation Studies Program
O Foundation Studies Program é recomendado para estudantes internacionais que terminaram o ensino médio, porém com a equivalência do 11º ano ao invés do 12º, e planejam iniciar os estudos na Austrália. O programa prepara os estudantes desenvolvendo as habilidades necessárias para a admissão nas universidades australianas.
Segundo Rodrigo Guimarães, International Recruit Manager da Victoria University, “outra saída praticada pelas instituições é oferecer um curso de ‘Pathways’ (Caminhos Futuros), aliado a um curso técnico (Certificado IV + diploma) para compensar o 1º ano de gap de equivalência com o Ensino Médio. Acaba sendo de grande vantagem, pois os estudantes garantem créditos para continuar com o Bacharelado”.
Programa Internacional de Avaliação de Alunos
O Programa Nacional de Avaliação de Alunos é coordenado pela OCDE (Organização para a Cooperação do Desenvolvimento Econômico – uma fundação que conta com 36 países-membros, dentre os quais o Brasil) e acontece a cada dois anos, desde a sua primeira edição em 2000. A Austrália é regularmente classificada entre os cinco melhores em desempenho.
Para você ter uma ideia, o Brasil costuma oscilar entre o 32º e o 63º lugar. O estudo mostra que nosso país está ainda aquém no que diz respeito ao desempenho dos países desenvolvidos e podemos considerar que houve um recuo considerável em algumas disciplinas se compararmos desde as primeiras edições.
Administração do sistema estudantil
Na Austrália, a rede pública de ensino está sujeita à administração o governo local. As universidades são, em parte, financiadas pelo governo, mas cada uma determina o seu currículo de ensino.
Outro ponto que merece destaque é que, além do Programa de Avaliação que citamos acima, a Austrália também ficou entre os primeiros colocados na classificação por IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), ranqueada pela ONU (Organização das Nações Unidas). A Austrália estaria no topo da lista, junto com a Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia.
Vale lembrar, também, que o currículo de ensino não apresenta grandes divergências entre a rede pública e privada. Como a ideia é de que todos tenham acesso às mesmas oportunidades, o currículo é melhor regulado para que os conteúdos administrados sejam de igual relevância.
Por falar em oportunidade, aqui no Brasil, estudantes que residem em zonas rurais têm direito ao transporte escolar gratuito, assegurado pelo governo. Na Austrália, a via de regra é a mesma, mas o benefício quase não é utilizado, visto que há o cuidado de disponibilizar instituições de ensino em regiões que atendam a esse público, sem que sejam necessários grandes deslocamentos.
Visto para estudante
O brasileiro que deseja embarcar para a Austrália deve fazer a matrícula em um curso de pelo menos 14 semanas para ter acesso ao visto de estudante. Os documentos necessários para requerer o visto incluem o comprovante de matrícula e o seguro obrigatório. Essa categoria de visto permite que o aluno trabalhe 20 horas semanais durante o período letivo e não há limite de horas para o período de férias.
Muitos estudantes escolhem a Austrália como destino de intercâmbio, seja pela qualidade do ensino ou pela quantidade de opções disponíveis. Vale lembrar que a solicitação para o visto deve ser feita com antecedência. O processo na embaixada pode demorar até 30 dias úteis e, se você deixar para a “última hora”, isso pode acabar atrapalhando toda a sua programação de viagem.
Com força de vontade e determinação, ingressar em uma graduação na Austrália é possível. Além disso, participar do Foundation Studies Program ou cursar o primeiro ano do curso técnico ajudará você a se preparar para tirar um melhor proveito da educação na Austrália.
A WEST 1 representa inúmeras instituições educacionais que oferecem todas essas opções para você realizar o sonho de estudar na Austrália! Assine a nossa newsletter e fique por dentro de tudo.
Artigos Relacionados
1 Comentário
Boa noite,
Li seu artigo e achei bastante interessante. Existe uma possibilidade de transferência a trabalho para início de 2019 em Perth-WA. Tenho dum casal de filhos e tenho uma dúvida para cada um com relação a educação. Será que você consegue me ajudar?
1. Meu filho tem 17 anos e termina o terceiro ano do Ensino Médio no final deste ano de 2018. Em 2019, ele já pode entrar direto em alguma Faculdade na Australia? Caso sim, quais os pré-requisitos? Caso não, que passos devemos tomar?
2. Minha filha tem 10 anos (faz aniversário em Jan) e está cursando o 5o ano (antiga 4a serie). Ano que vem ela estudará em Primary ou Secondary School? Quais os requisitos de adminissão?
Muito obrigado