Estudar e trabalhar no exterior: confira as regras para Austrália, Canadá, Irlanda e Nova Zelândia

Estudar e trabalhar no exterior é o objetivo de muitas pessoas que planejam um intercâmbio. A possibilidade de exercer uma atividade remunerada enquanto estuda em outro país garante a cobertura de algumas despesas, além de dar um upgrade no currículo. Atualmente, muitas pessoas escolhem trabalhar no Canadá, por ser um país que até tem a imigração incentivada em certas províncias. Mas também há quem escolha a Austrália, a Nova Zelândia ou a Irlanda como destino.
Por muitas razões, que vão além da necessidade de “grana” para arcar com os custos da viagem, grande parte dos estudantes de intercâmbio deseja trabalhar. Entretanto, é necessário se informar sobre as reais possibilidades e os requisitos exigidos, porque as políticas para intercambistas variam de país para país.
Pensando em ajudar você, que está planejando o seu intercâmbio, preparamos este miniguia, com informações sobre estudar e trabalhar no exterior, focando em quatro destinos: Austrália, Irlanda, Canadá e Nova Zelândia. Continue a leitura e confira!
Como funciona o visto de trabalho?
Austrália
Na Austrália, se você tem um visto de estudante e o seu curso tem duração mínima de 14 semanas, você pode conseguir a permissão para trabalhar no país sem a necessidade de tirar outro visto para isso. É importante que ele seja solicitado ainda no Brasil com, pelo menos, dois meses antes da data prevista para o embarque.
O empregador também pedirá alguns outros documentos: caso você vá trabalhar como prestador de serviços terceirizado, vai precisar do ABN (Australian Business Number), que pode ser solicitado via internet e não tem muitas burocracias. Além disso, para trabalhar no país será necessário solicitar, ainda, o Tax File Number, um documento similar ao nosso CPF.
Irlanda
Na Irlanda, a duração mínima do seu curso precisa ser de 6 meses, com carga horária de 15 horas semanais para ter o visto de trabalho. A duração do documento é de 8 meses, podendo ser renovado por mais duas vezes, caso continue estudando. Dessa forma, o tempo máximo de permanência para cursos de inglês é de 24 meses.
Tudo começa a partir de um visto temporário de um mês — tempo suficiente para conseguir um visto de estudante com permissão de trabalho. Para a permissão de estudante, é preciso apresentar uma carta da escola, o comprovante de seguro médico e de endereço, a comprovação de possuir € 3.000 e o pagamento de uma taxa de € 300.
Essa taxa se destina à emissão do CNIB, um cartão que oficializa o visto. Já os € 3.000 são para comprovar que você tem meios de “se virar”, caso fique desempregado.
Canadá
Se você for trabalhar no Canadá a convite de uma empresa, você vai precisar obter o LMIA (Labor Market impact assessment), emitido em conjunto com o Ministério do Trabalho do Brasil. Tal papel, permite ao brasileiro ser contratado por uma empresa canadense. Muitos já partem para lá com a proposta concretizada.
Entretanto, se o seu desejo é trabalhar durante o período de estudos, você pode obter o visto de estudos com permissão de trabalho. Isso permite trabalhar por até 20 horas semanais, durante o período do curso e em período integral nas férias. Caso você faça um curso universitário no Canadá, ao fim, poderá ainda ter acesso ao PGWPP (Post-graduation work permit), para permanecer trabalhando no país.
Nova Zelândia
Na Nova Zelândia, para obter a permissão de trabalho, o estudante deve estar matriculado em um curso de 14 semanas, no mínimo, e a jornada de estudos deve ser de 20 horas semanais.
Para solicitar o visto, será necessário comprovar a matrícula e o pagamento do curso, apresentar passaporte, comprovante de endereço da hospedagem, seguro viagem, exame médico e comprovação financeira. Cumprindo esses pré-requisitos, o estudante já sai do Brasil com o documento e a permissão para trabalhar no país.
Como é a jornada de trabalho?
Austrália
Na Austrália, você só pode começar a trabalhar quando iniciar o curso e a jornada é de 40 horas quinzenais. No período de férias, não há limite de horas. Para cursos que exigem estágio para a conclusão, as horas destinadas a esse fim não entram na conta do limite quinzenal.
Irlanda
Na Irlanda, o estudante pode trabalhar durante 20 horas semanais. Nos meses de férias (junho, julho, agosto e setembro) e no período de 15 de dezembro a 15 de janeiro, a jornada pode ser de 40 horas. Além disso, é obrigatório manter uma frequência mínima nas aulas de 85%, e cursos de 6 meses presumem dois meses de férias no país.
Canadá
A jornada completa de trabalho no Canadá costuma ser de 30 horas, mas há cargos que pressupõem somente 20 (como no caso de estudantes). Em alguns casos, há jornadas completas de 35 ou 44 horas semanais, mas as regras que permitem tal carga horária varia de província para outra.
Dependendo da empresa, você ainda pode ter acesso a benefícios, como plano de saúde, academia e até bolsa parcial para algum curso. No Canadá, a qualidade de vida das pessoas é considerada algo de suma importância. Por essa razão, é bem pouco comum que as pessoas fiquem até mais tarde na empresa, elas o fazem somente quando é extremamente necessário. Existe ainda a opção de prestar algum serviço freelancer, mas para isso, é preciso informar-se muito bem sobre as regras do trabalho e o imposto de renda.
Nova Zelândia
Na Nova Zelândia, o estudante pode trabalhar 20 horas semanais e, durante as férias, a jornada de trabalho permanece a mesma. Apenas cursos superiores a 1 ano permitem que se trabalhe por período integral durante as férias.
Como funciona para graduandos?
Austrália
Na Austrália, caso o seu curso seja universitário, a jornada de trabalho é a mesma e se for um mestrando ou doutorando, não há limite de horas. De qualquer forma, só é possível começar a trabalhar após o início das aulas.
Irlanda
Para estudantes de bacharelado, mestrado ou doutorado, o visto se estenderá pela duração do curso. A jornada de trabalho, segue a mesma regra apresentada acima (20 horas semanais e 40 horas em alguns períodos específicos do ano), todavia o tempo de permanência no país, para estudar e trabalhar, é de até 5 anos.
Canadá
Estudantes universitários têm acesso ao programa co-op, uma espécie de estágio, na maioria das vezes, necessário para concluir a jornada do curso. Ele pode ocorrer após o curso ou ser intercalado em semestres de estudos e estágio. Estudantes matriculados em cursos convencionais de inglês, com duração superior a 6 meses, podem trabalhar part-time (20 horas semanais).
Nova Zelândia
Na Nova Zelândia, há universidades públicas reconhecidas, nas quais é possível fazer uma graduação, pós-graduação ou doutorado. A permissão de trabalho funciona praticamente igual aos cursos de inglês.
É permitido trabalhar por 20 horas semanais durante o período de estudos e, como esses cursos têm duração superior a 1 ano, entram no rol dos que possibilitam uma jornada de trabalho de 40 horas semanais durante as férias.
É possível continuar trabalhando após o término do curso?
Austrália
Na Austrália, estudantes de bacharelado, MBA ou Professional Master podem trabalhar por até 2 anos após a conclusão do curso. Para o Mestrado, o prazo é de 3 anos e, para o Doutorado, 4 anos.
Irlanda
Na Irlanda, após o término do curso, é possível permanecer por até 2 anos trabalhando. Basta qualificar o Third Level Graduate Scheme e obter a autorização.
Canadá
Para o estudante que concluiu um curso superior de no mínimo um ano no país, existe o PGWP, que citamos acima, permissão que pode ter duração de até 3 anos. O brasileiro tem ainda a opção de requerer residência permanente no país, que exige certas burocracias mas, ao fim, caso você consiga, ainda terá acesso a programas que conectam imigrantes e empregadores, ficando mais fácil conseguir uma colocação definitiva no mercado do país.
Nova Zelândia
Na Nova Zelândia, após concluir a graduação, o intercambista pode se aplicar para um visto de trabalho, porque, uma vez terminado o curso, ele deixa automaticamente de ser estudante. Assim, para continuar no mercado de trabalho, ele precisará de um documento denominado Post Study Work Visa.
Para emiti-lo, será necessário que o curso tenha durado, no mínimo, 2 anos (escolas de nível 5 ou 6). Para escolas de nível 7, é possível conseguir o documento, ainda que o curso tenha durado apenas 1 ano.
Acompanhantes podem trabalhar?
Austrália
Na Austrália, caso você vá acompanhado, é possível solicitar um visto de estudante+acompanhante. O acompanhante poderá trabalhar por até 20 horas semanais. Filhos em idade escolar têm até direito à escola pública pelo período de estudos do(s) pai(s).
Irlanda
Na Irlanda, o acompanhante também pode trabalhar por 20 horas semanais. Não é permitido levar crianças, pois não há escolas e creches públicas, e a jornada de trabalho não permite recursos condizentes com a criação dos filhos.
Canadá
Se você deseja embarcar para o Canadá para estudo acompanhado do seu cônjuge, saiba que existe a possibilidade de ele também trabalhar pelo período de permanência no país. Conforme as leis locais, se duas pessoas são casadas legalmente e uma delas vai permanecer no Canadá a estudos, a outra recebe a permissão para trabalhar durante todo o período de duração do curso.
Dessa forma, o estudante pode trabalhar a jornada permitida e o cônjuge atua em tempo integral. Caso o estudante consiga o PGWP, pode solicitá-lo também para o seu companheiro, lembrando que o mesmo poderá permanecer no país como turista ou estudante (caso decida fazer um curso também) até que o seu documento seja deferido.
Nova Zelândia
Na Nova Zelândia, acompanhantes não podem trabalhar. A permissão só é concedida caso o seu curso seja nível 7. Fora essa, a única possibilidade é que ele também faça um curso e solicite seu próprio visto de estudante.
Pronto! Com essas informações, estudar e trabalhar durante o intercâmbio ficou mais fácil, né? Agora, é começar a planejar e partir para realizar essa experiência — que pode ser a melhor da sua vida!
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1 Comentário
eu quero muito fazer intercâmbio,é o meu maior sonho mas tenho muitas duvidas,como ja disse em menssagem não tenho grana e ainda não sou fluente então quero saber como q eu faço